PROFESSORES E A ARTE
DE SE REINVENTAR
Ninguém começa a ser professor numa certa terça-feira às 4
horas da tarde...
Ninguém nasce professor ou é marcado para ser professor.
A gente se forma como educador permanentemente
na prática e na reflexão sobre a prática.
Paulo Freire (1991. p. 58).
Apesar de Paulo Freire ter escrito essas palavras há décadas, nesse
momento de pandemia não vejo outra forma de refletirmos sobre o papel do
professor para esse período.
Acredito que nunca houve tanta valorização e saudades da sala de aula
e dos profissionais da educação. Ser professor nunca foi uma tarefa fácil, e
nesse período de suspensão de aulas a tarefa não está sendo fácil para todos os
envolvidos (educadores, diretores, pais, responsáveis e estudantes).
Estamos vivenciando uma mudança na postura da escola que necessitou em
questão de dias se reinventar. O momento é muito delicado e atípico, visando
tomar posicionamentos acertados, as escolas desenvolveram uma rotina de estudos
focada no bem-estar físico e emocional dos alunos e das famílias, que além de
incentivar a permanência em casa para sua segurança, oferecem diferentes
atividades produtivas e atraentes para que mantenham a rotina de estudos
durante esse período. Sabemos que não estamos conseguindo alcançar a todos com
eficiência, devido as dificuldades de acesso a tecnologia que nem todas as
famílias tem.
Temos errado? Sim, mas sempre reavaliamos nossos posicionamentos,
analisando as propostas pedagógicas ofertadas e avaliando os equívocos
cometidos, e assim buscamos acertar. Sempre em busca da excelência para manter
o ritmo de aprendizagem dos alunos e garantir a continuidade do acesso ao que
já foi ensinado para mantermos esse processo de aprendizagem em andamento.
Concordo com Paulo Freire quando fala sobre a arte de se reinventar,
pois o que temos buscado a cada período de elaboração de novas práticas
pedagógicas é nos reinventarmos, por meio das tecnologias digitais, das
brincadeiras, dos textos e vídeos propostos, das atividades elaboradas para que
o aluno que se encontra do outro lado da tela do computador ou do celular possa
entender o que está proposto.
Hoje, usamos a tecnologia a nosso favor. Sim, toda esta tecnologia que
há muito vinha distanciando as pessoas, agora, mais do que nunca, tem
aproximado e facilitado os processos, além de contar com alguns ingredientes a
mais, que tem se tornado bastante perceptível “A meu ver” para colaborar com o nosso ato de educar: a EMPATIA, a
SOLIDARIEDADE e o AMOR.
Esses ingredientes tem sido essenciais, pois vemos que muitos
educadores buscam ultrapassar seus limites e suas dificuldades para oportunizar
educação de qualidade aos seus alunos.
Mesmo sem abraços, beijos e carinhos afetuosos, o amor pela profissão
e pelos alunos estão sendo claramente demonstrado nos vídeos constantes que
vejo de professores que buscam dizer para seus alunos como sentem saudades e
que esperam que este período seja logo superado, e percebemos isso nas nossa
reuniões por hangouts, na fala da equipe gestora, dos meus colegas professores,
nas atividades preparadas com muito
empenho e pensada em qual estratégia será utilizada para minimizar o impacto da
distância. Esses ingredientes estão nos detalhes da entrega e do fazer a
diferença na vida dos nossos alunos, do se colocar no lugar do outro e de suas
famílias, mesmo que por detrás da tela de um computador ou do celular.
Sabemos que as famílias estão sendo parte fundamental nesse período,
não para se tornarem professores de seus filhos, apesar de sabermos que temos
muitos alunos em que seus pais são professores também e compartilham de suas
inquietações enquanto professores e pais, mas para incentivar, auxiliar, se
divertir com algumas atividades e cobrar (se necessário). Assim como a escola e
professores estão se reinventando a cada dia, o papel da família também
precisou ser reinventado para que esta relação de troca de experiências e
aprendizado aconteça efetivamente, e que não seja um período tão pesado, mas
que as atividades escolares sejam leves, uma vez que o momento por si, já deixa
todos tensos e preocupados com a incerteza de quando isso acabará.
Tenho muita convicção que com esta experiência, quando este período passar
e retornarmos, dar aulas será algo diferente e estas inovações que se tornaram
rotina e necessárias para estes professores, serão implementadas numa nova
proposta dentro sala de aula.
Torço enquanto professora e enquanto pessoa que os ingredientes perceptíveis
no ato de educar para esse momento de pandemia se faça presente em todos os
períodos de nossa existência. Que estejamos cada dia mais humanizados e que não
percamos a vontade de nos reinventarmos a cada dia, por fim como afirma Mario
Sergio Cortella: “A motivação é uma porta que se abre por dentro”. E nós
professores estamos demonstrando na pratica essa motivação. Que tenhamos sempre
ESPERANÇA , pois tudo isso vai passar e que sairemos mais fortes desse momento
tão difícil, Concluo com mais uma frase de Mario Sergio Cortella: “Tem que ter
esperança ativa. Aquela que é do verbo esperançar, não do verbo esperar. O
verbo esperar é aquele que aguarda, enquanto o verbo esperançar é aquele que
busca, que procura, que vai atrás”.
Minhas sábias amigas de língua portuguesa,que belo texto...reflexivo e tão pertinente de ler em um momento como este que passamos!Realmente todos nós estamos nos reinventando e isso é muito importante!Saudades enormes dos abraços carinhosos de vcs!❤❤🥰🥰😘😘
ResponderExcluirMinhas sábias amigas de língua portuguesa,que belo texto...reflexivo e tão pertinente de ler em um momento como este que passamos!Realmente todos nós estamos nos reinventando e isso é muito importante!Saudades enormes dos abraços carinhosos de vcs!❤❤🥰🥰😘😘
ResponderExcluirAgradecemos muito, pela sua colaboração. Ficamos felizes por ter colaborado um pouco nesse momento.
ExcluirSaudades também.
Esperamos que logo possamos dar esse abraço.