terça-feira, 12 de maio de 2020

PROFESSORES E A ARTE DE SE REINVENTAR


PROFESSORES E A ARTE DE SE REINVENTAR

Ninguém começa a ser professor numa certa terça-feira às 4 horas da tarde...
Ninguém nasce professor ou é marcado para ser professor.
A gente se forma como educador permanentemente
na prática e na reflexão sobre a prática. 

                                                                                                                    Paulo Freire (1991. p. 58).

Apesar de Paulo Freire ter escrito essas palavras há décadas, nesse momento de pandemia não vejo outra forma de refletirmos sobre o papel do professor para esse período.
Acredito que nunca houve tanta valorização e saudades da sala de aula e dos profissionais da educação. Ser professor nunca foi uma tarefa fácil, e nesse período de suspensão de aulas a tarefa não está sendo fácil para todos os envolvidos (educadores, diretores, pais, responsáveis e estudantes).
Estamos vivenciando uma mudança na postura da escola que necessitou em questão de dias se reinventar. O momento é muito delicado e atípico, visando tomar posicionamentos acertados, as escolas desenvolveram uma rotina de estudos focada no bem-estar físico e emocional dos alunos e das famílias, que além de incentivar a permanência em casa para sua segurança, oferecem diferentes atividades produtivas e atraentes para que mantenham a rotina de estudos durante esse período. Sabemos que não estamos conseguindo alcançar a todos com eficiência, devido as dificuldades de acesso a tecnologia que nem todas as famílias tem.
Temos errado? Sim, mas sempre reavaliamos nossos posicionamentos, analisando as propostas pedagógicas ofertadas e avaliando os equívocos cometidos, e assim buscamos acertar. Sempre em busca da excelência para manter o ritmo de aprendizagem dos alunos e garantir a continuidade do acesso ao que já foi ensinado para mantermos esse processo de aprendizagem em andamento.
Concordo com Paulo Freire quando fala sobre a arte de se reinventar, pois o que temos buscado a cada período de elaboração de novas práticas pedagógicas é nos reinventarmos, por meio das tecnologias digitais, das brincadeiras, dos textos e vídeos propostos, das atividades elaboradas para que o aluno que se encontra do outro lado da tela do computador ou do celular possa entender o que está proposto.
Hoje, usamos a tecnologia a nosso favor. Sim, toda esta tecnologia que há muito vinha distanciando as pessoas, agora, mais do que nunca, tem aproximado e facilitado os processos, além de contar com alguns ingredientes a mais, que tem se tornado bastante perceptível “A meu ver” para colaborar com o nosso ato de educar: a EMPATIA, a SOLIDARIEDADE e o AMOR.
Esses ingredientes tem sido essenciais, pois vemos que muitos educadores buscam ultrapassar seus limites e suas dificuldades para oportunizar educação de qualidade aos seus alunos.
Mesmo sem abraços, beijos e carinhos afetuosos, o amor pela profissão e pelos alunos estão sendo claramente demonstrado nos vídeos constantes que vejo de professores que buscam dizer para seus alunos como sentem saudades e que esperam que este período seja logo superado, e percebemos isso nas nossa reuniões por hangouts, na fala da equipe gestora, dos meus colegas professores, nas atividades  preparadas com muito empenho e pensada em qual estratégia será utilizada para minimizar o impacto da distância. Esses ingredientes estão nos detalhes da entrega e do fazer a diferença na vida dos nossos alunos, do se colocar no lugar do outro e de suas famílias, mesmo que por detrás da tela de um computador ou do celular.
Sabemos que as famílias estão sendo parte fundamental nesse período, não para se tornarem professores de seus filhos, apesar de sabermos que temos muitos alunos em que seus pais são professores também e compartilham de suas inquietações enquanto professores e pais, mas para incentivar, auxiliar, se divertir com algumas atividades e cobrar (se necessário). Assim como a escola e professores estão se reinventando a cada dia, o papel da família também precisou ser reinventado para que esta relação de troca de experiências e aprendizado aconteça efetivamente, e que não seja um período tão pesado, mas que as atividades escolares sejam leves, uma vez que o momento por si, já deixa todos tensos e preocupados com a incerteza de quando isso acabará.
Tenho muita convicção que com esta experiência, quando este período passar e retornarmos, dar aulas será algo diferente e estas inovações que se tornaram rotina e necessárias para estes professores, serão implementadas numa nova proposta dentro sala de aula.
Torço enquanto professora e enquanto pessoa que os ingredientes perceptíveis no ato de educar para esse momento de pandemia se faça presente em todos os períodos de nossa existência. Que estejamos cada dia mais humanizados e que não percamos a vontade de nos reinventarmos a cada dia, por fim como afirma Mario Sergio Cortella: “A motivação é uma porta que se abre por dentro”. E nós professores estamos demonstrando na pratica essa motivação. Que tenhamos sempre ESPERANÇA , pois tudo isso vai passar e que sairemos mais fortes desse momento tão difícil, Concluo com mais uma frase de Mario Sergio Cortella: “Tem que ter esperança ativa. Aquela que é do verbo esperançar, não do verbo esperar. O verbo esperar é aquele que aguarda, enquanto o verbo esperançar é aquele que busca, que procura, que vai atrás”.


3 comentários:

  1. Minhas sábias amigas de língua portuguesa,que belo texto...reflexivo e tão pertinente de ler em um momento como este que passamos!Realmente todos nós estamos nos reinventando e isso é muito importante!Saudades enormes dos abraços carinhosos de vcs!❤❤🥰🥰😘😘

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  2. Minhas sábias amigas de língua portuguesa,que belo texto...reflexivo e tão pertinente de ler em um momento como este que passamos!Realmente todos nós estamos nos reinventando e isso é muito importante!Saudades enormes dos abraços carinhosos de vcs!❤❤🥰🥰😘😘

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    Respostas
    1. Agradecemos muito, pela sua colaboração. Ficamos felizes por ter colaborado um pouco nesse momento.
      Saudades também.
      Esperamos que logo possamos dar esse abraço.

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